Charles Chaplin

Nascido em Londres, no dia 16 de Abril de 1889, Charles Spencer Chaplin marcou os primeiros anos da história da sétima arte e deixou alguns dos filmes mais importantes do período de presente pra todos nós. Com histórias simples e emocionantes e um talento absurdo para provocar emoções, seus filmes ainda divertem espectadores em todo o mundo, geração após geração. E isto é tudo que pretendo dizer a respeito de sua história, até porque já existem inúmeras matérias competentes a respeito da vida deste respeitado artista, como na Wikipédia ou nesta matéria do site “Pensador”, com frases marcantes de Charles Chaplin.

O que pretendo abordar aqui são os aspectos que me chamaram a atenção enquanto preparava esta semana especial, ou seja, fazer um pequeno apanhado sobre algumas das características marcantes no cinema de Charles Chaplin.

Charles Chaplin: gênio

Em primeiro lugar, o que me chama a atenção em praticamente todos os filmes que assisti é a facilidade que ele tinha de transmitir mensagens universais, algo facilitado, obviamente, pelo fato de grande parte destes filmes serem mudos (e que ele sabia perfeitamente e, por isso, resistia ao uso da fala). Antes de “O Grande Ditador”, seu primeiro filme falado por inteiro, as imagens e a trilha sonora eram as únicas responsáveis por transmitir as sensações que o cineasta desejava, o que facilitava a comunicação, eliminando a barreira do idioma e atingindo pessoas de qualquer parte do mundo de maneira praticamente uniforme. Além disso, os temas abordados pelo cineasta normalmente são temas universais (amor, amizade, fome, fé, etc.) e, por isso, além de atingir todas as nacionalidades, Chaplin também atingia pessoas de qualquer idade. E é assombroso constatar o quanto seus filmes ainda soam atuais, por exemplo, ao ver que a crítica feroz de “Tempos Modernos” ao capitalismo ainda hoje funciona.

Tempos Modernos, 1936: ainda atual

Além da facilidade narrativa e da temática universal, Chaplin era um excelente ator, capaz de arrancar o riso e o choro da platéia de maneiras diversas. Atrás das câmeras, ele também demonstrava grande conhecimento da linguagem cinematográfica e, não satisfeito, Chaplin ainda trabalhava como roteirista, montador e preparava até mesmo a trilha sonora de muitos de seus filmes. Todo este enorme talento fica evidente, por exemplo, em longas inocentes como “O Circo” e em outros tocantes como “O Garoto” e o belo “Luzes da Cidade”. E por ter todo este envolvimento na realização de suas obras e uma invejável liberdade criativa conquistada com sua própria distribuidora, a United Artists, Chaplin aproveitava também para externar sua visão política e social, que o levou a ser chamado de “comunista” nos Estados Unidos e a ser expulso do país, após anos de sucesso em solo norte-americano.

O belo "Luzes da Cidade", 1931

Feroz crítico do capitalismo, Chaplin criticou a “evolução” do ser humano através da invenção de máquinas e da celebrada produção em série em sua obra-prima “Tempos Modernos”. Além disto, também criticou a imbecilidade da guerra, como deixou claro em “O Grande Ditador”, satirizando livremente o ditador Adolf Hitler. E anos mais tarde, em “Monsieur Verdoux”, Chaplin escancarou de vez sua visão sobre o mundo industrial e capitalista, ao defender a tese de que a diferença entre as grandes corporações e um assassino em série é apenas a quantidade de pessoas que elas matam.

Extremamente humano e com incrível talento para expressar o que pensava, Charles Chaplin certamente foi um dos maiores nomes da história do cinema e da arte em geral, e merece ter seu trabalho reverenciado, independente da posição política de cada um. Eu, particularmente, compartilho de muitas das visões dele, e fecho esta matéria com duas de suas célebres frases, apenas para reflexão:

“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.”

“O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.”

Era gênio ou não era este tal de Chaplin?

Filmografia

A Condessa de Hong Kong (A Countess from Hong Kong, 1967)

Um rei em Nova York (A king in New York, 1957)

Luzes da Ribalta (Limelight, 1952)

Herrliche Zeiten (Herrliche Zeiten, 1950)

Monsieur Verdoux (Monsieur Verdoux, 1947)

O Grande Ditador (The Great dictator, 1940)

Tempos Modernos (Modern Times, 1936)

Luzes da Cidade (City Lights, 1931)

O Circo (The Circus, 1928)

Em Busca do Ouro (The Gold Rush, 1925)

Casamento ou luxo (A woman of Paris, 1923)

Hollywood (Hollywood, 1923)

Pastor de almas (The Pilgrim, 1923)

Dia de pagamento (Pay Day, 1922)

Os clássicos vadios (The Idle class, 1921)

O Garoto (The Kid, 1921)

Um dia de prazer (A day’s pleasure, 1919)

Idílio campestre (Sunnyside, 1919)

Carlitos nas trincheiras (Shoulder arms,1918)

The Bond (The Bond, 1918) – curta-metragem

Triple trouble (1918)

Vida de cachorro (A dog’s life, 1918)

Chase me Charlie (1917)

Carlitos presidiário (The Adventurer, 1917)

O imigrante (The Immigrant, 1917)

Carlitos nas termas (The Cure, 1917)

Noturno (Easy street, 1917)

O Vagabundo (The Vagabond, 1916)

Carlitos patinador (The Rink, 1916) – curta-metragem

Carlitos no estúdio (Behind the screen, 1916)

The Chaplin revue of 1916 (1916)

Casa de penhores (The Pawnshop, 1916)

O Conde (The Count, 1916)

Carlitos boêmio (One A.M., 1916)

Carlitos bombeiro (The Fireman, 1916)

Carlitos policial (Police, 1916)

Carlitos no armazém (The Floorwalker, 1916)

Carmen às avessas (Burlesque on Carmen, 1916)

Carlitos no teatro (A night in the show, 1915) – curta-metragem

Mixed up (1915)

Carlitos marinheiro (Shanghaied, 1915) – curta-metragem

O banco (The Bank, 1915)

Senhorita Carlitos (A woman, 1915) – curta-metragem

Carlitos na atividade (Work, 1915)

Carlitos na praia (By the sea, 1915) – curta-metragem

O vagabundo (The Tramp, 1915)

Carlitos quer casar (A jitney elopment, 1915)

Carlitos no parque (In the park, 1915) – curta-metragem

Campeão no boxe (The Champion, 1915)

Carlitos se diverte (A night out, 1915)

Seu novo emprego (His new job, 1915)

Chuvas (Between showers, 1914) – curta-metragem

Carlitos ciumento (A busy Day, 1914) – curta-metragem

Bobote em apuros (Caught in a cabaret, 1914)

Carlitos e a sonâmbula (Caught in the rain, 1914) – curta-metragem

Carlitos marquês (Cruel, cruel Love, 1914) – curta-metragem

Assombrado (The Face on the bar room floor, 1914)

O malho de Carlitos (The Fatal mallet, 1914) – curta-metragem

Carlitos e Mabel assistem às corridas (Gentlemen of Nerve, 1914) – curta-metragem

Carlitos, ladrão elegante (Her friend the bandit, 1914) – curta-metragem

Músicos vagabundos (His musical career, 1914) – curta-metragem

Nova colocação de Carlitos (His new profession, 1914) – curta-metragem

Carlitos e as salsichas (Mabel’s busy day, 1914)

Regra (The Property man, 1914)

Divertimento (Recreation, 1914) – curta-metragem

Carlitos rival no amor (Those Love pangs, 1914) – curta-metragem

Carlitos e Mabel em passeio (Getting acquainted, 1914) – curta-metragem

Histórico (His prehistoric past, 1914)

Carlitos na rosca (Dough and dynamite, 1914) – curta-metragem

O engano (His trysting palace, 1914)

Carlitos porteiro (The New janitor, 1914)

Carlitos na farra (The Rounders, 1914)

Carlitos coquete (The Masquerader, 1914)

Carlitos dentista (Laughing gás, 1914)

Carlitos e Mabel se casam (Mabel’s married life, 1914)

Um abraço.

Texto publicado em 24 de Junho de 2011 por Roberto Siqueira

19 comentários sobre “Charles Chaplin

  1. Carlos mecchi 16 setembro, 2013 / 7:13 pm

    sou meio suspeito para falar do genial Carlitos criação de Charles Chaplin porque através dele conheci um mundo diferente do que conheço quando assisto a um de seus filme me transporto para o reino que ele mesmo criou ou seja o mundo de Chaplin.

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    • Roberto Siqueira 16 setembro, 2013 / 11:45 pm

      Obrigado pelo comentário Carlos.
      Abraço.

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  2. José paulo 12 setembro, 2013 / 10:43 pm

    Olá Roberto. Sempre gostei da figura de Carlitos. Passa-me uma certa inocência, beleza e doçura. Agora me sinto mais completo em afirmar que sou fã de Charles Chaplin, tendo lido sua biografia (“Minha Vida”) e tantos outros artigos sobre ele. Também comecei a adquirir e assistir a alguns curtas e os longas dele. Hoje, posso dizer ainda que um dos filmes prediletos meus, em geral, é “Luzes da Ribalta”. Calvero, com suas falas marcantes, torna-se inesquecível. Acho que Chaplin retratou ali sua própria trajetória de vida naquele personagem. Não tenhamos dúvida nenhuma de que Charles Spencer Chaplin foi um grandioso artista. Ele está contido na história do cinema. Abração…

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    • Roberto Siqueira 16 setembro, 2013 / 11:38 pm

      Sem dúvida um gênio José Paulo.
      Obrigado pelo comentário.
      Abraço.

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  3. Anônimo 16 maio, 2013 / 3:08 pm

    eu queria conhecer ele mais ele erra dos tempos moderno

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    • Roberto Siqueira 8 agosto, 2013 / 10:17 pm

      ?

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    • Roberto Siqueira 17 fevereiro, 2013 / 10:33 pm

      Não se preocupe Lucia, o que importa é seu comentário, ok?
      Abraço.

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  4. Lucia 19 novembro, 2012 / 11:58 am

    Na TV a Cabo – Canal Telecine, o comentarista MARCELO JANOT relata brilhantemente o filme a seguir…
    Depois do Filme… Leio ROBERTO SILVEIRA o brilhante comentarista de cinema que encontrei na internet.
    Ontem assisti Chaplin – Cinebiografia.
    Fiquei surpresa com os percalços que o grande Chaplin enfrentou em expor sua arte no cinema. Na modernidade ainda não ouvi nenhum ser inteligente afirmar algo tão negativo ao Chaplin.
    Apesar de espantada com a cinebiografia que soube explorar a parte negativa enfrentada por Chaplin, foi para mim um grande LENITIVO, afinal eu levei tantas pancadas na vida que decidi da uma de Millôr Fernandes e mandar os tais inversamente que se “madof”… rrss….
    Pense nisso Roberto Silveira, aos ignotos “totalmente incoNpletos”… Pense na degeneração dos neurônios dos tais e delete!
    Prossiga sendo o grande comentarista na Internet e em todas as vias possíveis para os cinéfilos que são seus fãs.
    Aos dois grandes comentaristas que amo ouvi-los e lê-los, meus aplausos!
    http://blog.telecine.globo.com/platb/cultblog/?url=cultblog
    Lucia

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    • Roberto Siqueira 20 dezembro, 2012 / 11:01 pm

      Obrigado pelos elogios Lucia.
      Só meu nome que está errado, mas tudo bem. rsrs
      Abraço.

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  5. victoria santos da silva 13 julho, 2012 / 11:56 am

    eu adoroo o Charles Chaplin….eu tenho quase todos os dvds dele,eu eu sempre assistoo e do rizada….TEMPOS MODERNOS é mto bom ja assisti mtas vezes e sempre do rizadas…..

    AMOO O CHAPLIN…S2…

    Luiz Fernando eu te amoo..sz..

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    • Roberto Siqueira 28 julho, 2012 / 3:49 pm

      Obrigado pelo comentário Victoria.
      Chaplin é muito bom.
      Abraço.

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  6. Cross98 1 março, 2012 / 11:06 pm

    Pra mim o melhor diretoe e um dos melhores atores

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    • Roberto Siqueira 4 março, 2012 / 8:52 pm

      Um gênio, um dos maiores da história.
      Abraço.

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  7. Karina 2 fevereiro, 2012 / 8:08 pm

    Excelente texto. Muito gostoso de ler. Um presente aos fãs. Percebe-se que não é a biografia, mas impressões lúcidas e inteligentes dos talentos de Chaplin. Tudo isso muito bem explicado no início da matéria (inclusive com links para quem busca informações completas de sua vida). Parabéns!!! Adorei!!! Abraços

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    • Roberto Siqueira 11 fevereiro, 2012 / 10:52 am

      Muito obrigado pelo elogio Karina!
      Fique à vontade para comentar sempre que quiser.
      Um abraço e obrigado pela visita.

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  8. Anônimo 28 julho, 2011 / 3:45 pm

    totalmente inconpleto

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    • Roberto Siqueira 28 julho, 2011 / 10:41 pm

      Olá,
      Se puder se identificar e explicar porque está incompleto agradeço.
      Abraço.

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