LOST – The End

[Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia este texto se já tiver assistido ao último capítulo da série, pois contém spoilers].

Ainda me lembro muito bem da primeira vez em que assisti Lost. Meu primo Thiago tinha comprado o Box da primeira temporada e mal podíamos aguardar para ver o primeiro capítulo. Antes de ir para a faculdade, fomos para a minha casa (hoje casa dos meus pais) e assistimos o episódio inicial. Aquele momento mudou nossas vidas. Desde então, passamos a assistir Lost freqüentemente, mas o Thiago não conteve a empolgação e, como o Box era dele, começou a assistir os episódios em casa (o que é justo, diga-se de passagem) e me deixou pra trás. Então eu dei um tempo com Lost. Meses depois, conheci a mulher da minha vida e, já com ela, recomecei a ver Lost. Assisti novamente os primeiros episódios ao lado da Dri. Posso afirmar, portanto, que assisti todos os episódios de Lost ao lado dela. Foram longos anos de suspense, mistério, emoções, grandes momentos e um pequeno desânimo entre o final da terceira temporada e o meio da quarta. Desânimo, aliás, que se transformou rapidamente em empolgação durante as duas últimas temporadas. E depois de tanto tempo, finalmente chegamos ao final. E que final!

Ontem, eu e a Dri (hoje minha esposa e mãe do meu lindo filho Arthur) assistimos, grudados na tela até 01h00 da madrugada, o capitulo final de Lost. E gostamos muito. Não apenas porque eu acertei em cheio o final (como você pode conferir neste post), mas principalmente, porque foi um final inteligente, e acima de tudo, emocionante. E digo que acertei em cheio não porque tenha ficado evidente a natureza da ilha, e sim porque o final ficou em aberto, permitindo diversas interpretações que se encaixarão perfeitamente, e entre elas, está a minha visão sobre purgatório e paraíso, que pode perfeitamente ser substituída por uma visão mais voltada ao espiritismo, como uma passagem, uma evolução do espírito para uma próxima vida. As duas visões se encaixam, e tenha certeza de que muitas outras também. Este belo final representa também o fim de uma era, e por isso, a tristeza é inevitável. Mas esta tristeza é compensada por uma alegria muito maior quando olhamos para a qualidade da viagem que fizemos. Foi um prazer enorme ser fã de Lost ao longo dos últimos anos. Além disso, futuramente as lembranças desta série estarão associadas a um período incrivelmente feliz da minha vida. Sempre que me lembrar de Lost, me lembrarei também que foi durante a “Era Lost” que eu conheci a pessoa que mudou minha vida, que me casei, que fiz as viagens dos meus sonhos e, principalmente, que tive o meu primeiro e amado filho. É inegável que Lost deixará saudades. Mas não tem problema, assistirei tudo novamente ao lado do Arthur no futuro. E neste momento, só posso agradecer Jack, Sawyer, Kate, Ben, Desmond, Locke, Hugo e companhia… Foi uma viagem inesquecível!

Quanto à minha teoria, não nego que fiquei feliz por acertar praticamente tudo sobre o final de Lost. Apenas não esperava que Kate, Charlie e alguns outros se salvassem também. Não que isto tenha muita importância, pois como disse no próprio post sobre a teoria, o mais relevante era desfrutar a trajetória daqueles personagens fascinantes, e não ficar tentando adivinhar tudo que ia acontecer ou entender cada mistério da ilha. Confesso que fiquei bastante comovido com o final, acompanhando o reencontro de personagens tão magníficos como Sawyer e Juliet, Jack e Kate, Locke e Ben, Sayid e Shannon, entre outros. Mais interessante ainda foi ver a redenção destes personagens maravilhosos, que nos presentearam com uma série tão marcante por tanto tempo. Prender-se a pequenos detalhes não explicados (porque tudo tem que ser explicado?) é fechar os olhos para as inúmeras qualidades da série. Reafirmo o que escrevi anteriormente, mais importante que os mistérios (sempre será possível encontrar “furos” se você se propuser a fazê-lo) é focar na trajetória de redenção destes personagens, no incrível arco dramático de cada um deles. Afinal de contas, na ilha (ou purgatório, ou limbo, seja lá o nome que você prefira dar) as regras do nosso mundo não se aplicam, e por isso, tentar entender tudo cientificamente será perda de tempo. Como disse Jacob em algum episódio, este é um jogo com suas próprias regras. Cabe ao espectador optar entre tentar desenvolver seu próprio raciocínio ou ficar reclamando porque não viu tudo ser explicado e mastigado. Minha visão final sobre isto tudo é a de que Jacob, representando o bem (ou Deus) tentava guiar aquelas pessoas para a salvação, sem interferir no livre arbítrio. Já o homem de preto, obviamente, fazia o caminho inverso, tentando corromper aquelas almas. Viagens no tempo, volta dos seis da Oceanic para os EUA, ursos polares e iniciativa Dharma pouco importam pra mim. Maravilhoso foi ver a salvação destas pessoas, a alegria delas nos tocantes (literalmente) reencontros já no paraíso (ou pré-paraíso) e o final incrivelmente belo.

Espero que tenham curtido tanto quanto eu. E espero que no futuro novas séries com esta qualidade apareçam.

Agradeço ao Adauto, Pati, Fábio, Cris, Mauricio, Léo e Amanda pelas inúmeras e maravilhosas discussões a respeito de Lost. Tenho certeza que com este belíssimo final, elas estão apenas começando. Agradeço ao Riva, Achilles, Augusto, Cecília, Fernando e até a Jacque, que não assiste Lost, pelos memoráveis momentos debatendo a série no grupo do curso que o Pablo deu. Agradeço ao Pablo pelos posts inspirados, que eu corria pra ler sempre que terminava um episódio. Agradeço especialmente ao Thiago, meu primo e amigo, que começou esta caminhada “lostiana” junto comigo. E principalmente, agradeço a minha amada Dri, por viver ao meu lado cada episódio, me agüentar quando eu tinha meus pensamentos mirabolantes sobre a série, curtir cada momento de forma única e me acompanhar nesta longa jornada. É o fim de uma era, e felizmente, é um final feliz.

Grande abraço a todos.

OBS: Muitos negam a teoria do “purgatório” com base nas declarações dos produtores em uma entrevista. Mas seria no mínimo desagradável que os próprios produtores soltassem um “spoiler oficial” antes do fim da série, não é mesmo?

Texto publicado em 25 de Maio de 2010 por Roberto Siqueira

6 comentários sobre “LOST – The End

  1. Paty 7 junho, 2010 / 10:01 am

    Beto

    Muito legal seu post!
    Gostei muito do Lost. Estou triste que acabou! rs
    Obrigada por tudo vc me ajudou muito a entender certas teorias!!!
    Bjos
    Paty

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    • Roberto Siqueira 9 junho, 2010 / 8:52 pm

      Valeu pelo comentário Paty!
      Lost vai fazer muita falta mesmo…
      Beijo.

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  2. Adauto 1 junho, 2010 / 2:43 pm

    Fala Betinho!

    Sensacional, LOST será e ja é épico… minha primeira série que acompanho inteiramente… òtimo comentários irmão!!

    Valeu por citar meu nome.,..

    Abraço!

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    • Roberto Siqueira 3 junho, 2010 / 8:04 pm

      Obrigado pelos elogios Adauto e tenha certeza que Lost será lembrado como a série mais marcante da nossa geração.
      Abraço.

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  3. Brasil Inteligente 26 maio, 2010 / 9:25 pm

    Beto, finalmente consegui postar e corri pra ler seu post… Realmente entendemos igual… Mas com certeza temos muito pra conversar, discutir e discordar sobre LOST e faremos isso ainda durante anos…

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  4. Thiago 26 maio, 2010 / 12:39 am

    Beto, final excepcional… Adorei… São quase 1h da manhã, mas tinha que comentar por aqui… Vc acertou mesmo… amanhã falamos mais… Vou ler o post inteiro só depois de postar o meu… Valeu pelos agradecimentos!!! Abraço!!!

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