OSCAR 1999: SHAKESPEARE APAIXONADO X ALÉM DA LINHA VERMELHA

Seguindo minha comparação entre o vencedor do Oscar de Melhor Filme e aquele que eu considerei como a melhor produção do ano, chega à vez do ano de 1998 (Premiação em 1999).

Um efeito curioso que acontece com muitos filmes que vencem o OSCAR de Melhor Filme é que, com o passar dos anos, eles passam a serem vistos de outra maneira (normalmente com desprezo) em virtude dos filmes que derrotaram na premiação. O fato é que o inteligente e criativo “Shakespeare Apaixonado” não é tão fenomenal quanto a Academia pensou que era na época em que venceu 7 prêmios, mas também não é tão desprezível quanto a maioria da crítica (e muitos cinéfilos) o consideram hoje. Merecia o prêmio de Melhor Filme? Não. Mas nem por isso merece ser considerado um filme fraco, já que tem inúmeras qualidades, a começar pelo criativo roteiro, além da excelente direção de arte e dos belos figurinos, sem falar nas boas atuações de praticamente todo o elenco.

O problema é que o longa dirigido por John Madden venceu não um, mas três longas claramente superiores. São eles: “O Resgate do Soldado Ryan”, “O Show de Truman” (que sequer foi indicado à Melhor Filme) e o meu favorito “Além da Linha Vermelha”. Pra piorar as coisas, Gwyneth Paltrow venceu Fernanda Montenegro (injustamente) no prêmio de Melhor Atriz e a antipatia em terra Brasilis se tornou inevitável. Em todo caso, reafirmo que gosto do longa e até daria o prêmio de Melhor Roteiro Original (que ele venceu), mas não daria o prêmio de Melhor Filme.

Porque “Além da Linha Vermelha” é melhor?

E então chegamos ao longa dirigido por  Terrence Malick. Longo, em ritmo lento e repleto de reflexões, “Além da Linha Vermelha” não é um filme fácil. E nem era pra ser. O que vemos ali não é um simples filme de guerra, mas sim um filme “sobre a guerra”, ou seja, sobre os efeitos dela no ser humano. Os questionamentos, reflexões e medos dos soldados são palpáveis ao espectador, que ao término das quase três horas de filme, sai com a mente fervilhando em pensamentos sobre a insanidade dos conflitos bélicos. São muitos os momentos sublimes que fazem deste o grande filme de 1998. Os grandes atores sabiam da qualidade do trabalho de Malick e, por isso, aceitaram até mesmo pequenas participações no longa (como fizeram George Clooney e John Travolta). Apesar da excepcional qualidade de “O Resgate do Soldado Ryan” e do genial “O Show de Truman”, meu coração se rende ao brilhantismo de “Além da Linha Vermelha”, que mereceria meu voto para Melhor Filme.

E pra você, qual o melhor filme de 1998 e por quê?

Um abraço e bom debate.

Shakespeare ApaixonadoAlém da Linha VermelhaTexto publicado em 29 de Abril de 2014 por Roberto Siqueira

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