(Aladdin)
Videoteca do Beto #165
Dirigido por Ron Clements e John Musker.
Elenco: Vozes de Scott Weinger, Linda Larkin, Robin Williams, Bruce Adler, Douglas Seale, Gilbert Gottfried, Frank Welker, Jonathan Freeman, Brad Kane e Lea Salonga.
Roteiro: Ron Clements, John Musker, Ted Elliott e Terry Rossio.
Produção: Ron Clements e John Musker.
[Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia esta crítica se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].
Após atravessar décadas numa crise criativa que praticamente extinguiu as animações do estúdio, a Disney voltou a emplacar um sucesso com “A Pequena Sereia”, em 1989, e conseguiu a primeira indicação ao Oscar de Melhor Filme para uma animação com “A Bela e a Fera” dois anos depois. Diante deste cenário positivo, chegava aos cinemas a megaprodução “Aladdin”, que repetiria o sucesso de seus antecessores nas bilheterias e consolidaria de vez a ressurreição do estúdio, apostando novamente na mistura de canções marcantes, bom humor e uma clássica história de amor.
Escrito pelos diretores Ron Clements e John Musker ao lado de Ted Elliott e Terry Rossio, “Aladdin” nos leva ao fantástico mundo árabe onde a bela Princesa Jasmine (voz de Linda Larkin) precisa se casar para manter a tradição das terras de Agrabah, onde seu pai é o Sultão (voz de Douglas Seale). Interessado no posto, o conselheiro do Sultão conhecido como Jafar (voz de Jonathan Freeman) descobre que o pobre Aladdin (voz de Scott Weinger) é o único que pode entrar numa misteriosa caverna no deserto e recuperar uma lâmpada mágica, onde adormece um Gênio (voz de Robin Williams) que pode realizar até três desejos daquele que o despertar.
Como de costume, os animadores da Disney confirmam seu talento na criação de imagens belíssimas e permitem aos diretores Clements e Musker nos levarem pelo deslumbrante deserto árabe, com seu céu rosado e as típicas casas sem telhado nos transportando pra dentro da romântica Arábia dos contos clássicos. Pintados em cores quentes como o amarelo, o vermelho e o roxo, os cenários de “Aladdin” são um espetáculo a parte, um verdadeiro deleite para os olhos do espectador dentre os quais vale destacar a sinistra caverna que guarda a lâmpada e seu impressionante interior, além do lindo palácio onde vive Jasmine.
Além do visual arrebatador, “Aladdin” traz ainda um leve rompimento com o estilo narrativo clássico da Disney ao inserir ousadias de linguagem incomuns na filmografia do estúdio, como quando a câmera bate no rosto do comerciante/narrador (voz de Bruce Adler) logo na abertura. É verdade que a trilha sonora incessante continua lá, assim como as tradicionais musicais que permeiam a narrativa, mas ao menos as músicas compostas por Alan Menken mantém a jovialidade que consagrou “A Pequena Sereia”, como fica evidente na agitada canção de apresentação de Aladdin ou no sensacional número musical protagonizado pelo Gênio.
Por outro lado, a estrutura narrativa de “Aladdin” não traz nenhuma novidade e segue o padrão clássico das histórias de amor, com a Princesa rica se apaixonando pelo pobre protagonista, que deverá superar grandes desafios para finalmente conquistá-la. Mas isto não prejudica em nada a qualidade do longa, já que os diretores conduzem a narrativa com uma leveza desconcertante, jamais permitindo que ela se torne enfadonha. Além disso, o carisma dos personagens faz com que a plateia se identifique com eles e embarque nesta aventura.
Quando Jafar afirma que precisa encontrar o diamante bruto que pode entrar na caverna e resgatar a lâmpada, um corte seco do montador H. Lee Peterson nos leva até Aladdin, que surge fugindo dos guardas no mercado ao lado de seu fiel macaco Abu (voz de Frank Welker), evidenciando desde então a origem humilde do personagem, que sobrevive dos pequenos furtos que comete na feira da cidade. Divertido e vulnerável, Aladdin carrega alguns dos ingredientes básicos para criar empatia com a plateia, o que é essencial para que o espectador torça por seu sucesso. Assim, quando ele se apaixona por Jasmine, nós já estamos dispostos a acompanhar sua jornada até o fim, por maiores que sejam os obstáculos que surgem diante dele. E neste trajeto reside uma das principais mensagens do longa, que é a importância de assumir quem você é, já que tanto Aladdin quanto Jasmine passam por dificuldades quando tentam ser pessoas diferentes.
Apresentada num zoom rápido que nos leva pelo mercado e revela sua aproximação de Aladdin, a encantadora Jasmine confirma a tendência de fortalecer as personagens femininas do estúdio apresentada antes em “A Pequena Sereia” e “A Bela e a Fera”, mostrando-se corajosa para enfrentar seu bondoso, porém facilmente manipulável pai e o cruel Jafar quando necessário, tendo participação ativa ainda no tenso terceiro ato que marca o confronto entre o protagonista e o grande vilão. Vestido com cores fortes como o preto e o vermelho, Jafar é o típico vilão caricatural da Disney, sempre empunhando um cajado em formato de cobra e com um olhar penetrante que busca assustar o público infantil.
No entanto, o personagem mais carismático de “Aladdin” é mesmo o divertido Gênio que ganha vida através da marcante voz de Robin Williams, com suas falas rápidas e seu jeito espalhafatoso conquistando o espectador assim que ele entra em cena. Dono de tiradas engraçadíssimas e um coração enorme, o Gênio ainda encontra espaço para nos emocionar ao falar sobre a solidão que enfrenta ao viver sozinho na lâmpada, num dos raros momentos melodramáticos de uma narrativa marcada pelo bom humor.
As piadas, aliás, surgem em profusão em “Aladdin”, seja em gags envolvendo a origem do nariz quebrado da Esfinge, seja na utilização de objetos distantes da realidade daquele ambiente (como carros) ou até mesmo na rápida referencia a “Pinocchio”, quando o Gênio diz que Aladdin está mentindo – e eu juro que vi o Gênio usar o rosto de Jack Nicholson quando falava sobre como Aladdin deveria cortejar Jasmine. Por outro lado, tanto o macaco Abu quanto o papagaio Iago (voz de Gilbert Gottfried) deveriam funcionar como alivio cômico, mas são raros os momentos realmente inspirados envolvendo estes personagens.
O que não são raras em “Aladdin” são as grandes cenas, como a sensacional fuga da caverna após o herói encontrar a lâmpada, o lindo voo no tapete mágico de Aladdin e Jasmine embalado pela ainda mais bela música tema “A whole new world” e o empolgante terceiro ato em que Jafar assume o reino, repleto de imagens surreais e dominado por tons avermelhados que conferem uma aura infernal a sequência até que uma jogada inteligente do protagonista coloque as coisas no lugar e garanta o final feliz.
Mais leve e engraçado que as tradicionais animações Disney, “Aladdin” é uma boa diversão que se apoia no visual impactante e no carisma de seus personagens para funcionar e, felizmente, faz isto muito bem. Se não tem a genialidade que origina o nome de seu mais carismático personagem, ao menos esbanja o bom humor que tão bem caracteriza o prisioneiro da lâmpada mágica.
Finalmente assisti esse filme e adorei!
Na época desse texto, ainda tínhamos o saudoso Robin Williams e recomendo pra você – assista novamente esse filme.
É impressionante como o Gênio é uma biografia dele, vivia num mundo apertado (depressão e a lâmpada), ansiava imensamente por sua liberdade e nunca deixou de ser divertido. Quando ele viu que a situação estava resolvida e seu amo (publico) já estava feliz, encontrou-se livre e foi dar um passeio…
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Gostei de sua interpretação Mateus. Bem legal.
Abraço.
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Eu sou conpletamente apaixonada por esse lindo filme, com certeza o GÊNIO é o mais engraçado e querido desse filme! Eu sou apaixonada por esse maravilhoso GÊNIO!♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡ eu fico muito feliz quando o GÊNIO ganha a sua liberdade! Ele merece ter um desejo realizado também!
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Eu já olhei esse filme é super legal! A minha parte favoria é a que o aladdin cai no mar com um pano na boca e ai o gênio tira ele da água
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Que bom que gosta do filme.
Abraço.
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