De volta!

Quando eu era criança, era tão apaixonado por cinema que sonhava em ter minha própria coleção de filmes. Realizei o sonho no Brasil e compartilhei com os leitores aqui no Cinema & Debate, mas quando mudei para Portugal, não consegui juntar todos os filmes da coleção num mesmo local novamente.

Primeiro por que não consegui trazer todos os filmes do Brasil de uma vez, depois por que não conseguia encontrar um móvel que me agradasse e coubesse em nosso orçamento. Foram 4 anos de espera, mas neste fim de semana finalmente consegui remontar a Videoteca do Beto aqui em Lisboa. E agora a alegria foi maior.

Isso por que, desta vez, contei com a ajuda dos meninos, que fizeram questão de participar da organização e, no processo, perguntaram sobre vários filmes, o que aguçou ainda mais a curiosidade deles sobre muitos clássicos.

Tenho o costume de apresentar os filmes da coleção aos poucos, de acordo com o crescimento deles e a evolução da maturidade para compreender certos temas, mas o fato é que agora eles têm novamente um local de fácil acesso onde podem visualizar toda a coleção à vontade, sempre que quiserem, e me perguntar sobre os próximos filmes que veremos juntos.

Para concluir, fechamos o fim de semana assistindo “Coração Valente”, que é o filme mais importante da minha vida, mas o relato sobre esta experiência deixarei para o próximo post.

Como já deu para perceber, estou muito feliz. Não se trata da conquista de um objeto de madeira, não é isso. Trata-se do simbolismo por trás da coleção de filmes, do que ela representa em minha formação como cinéfilo e como ser humano. E agora posso novamente transmitir esta paixão aos meus filhos da forma como sonhei.

Também como já notaram, fiquei tão animado que até voltei a escrever para o Cinema & Debate. Trata-se de um recemoço? Talvez. Só o tempo dirá. O que posso afirmar é que este fim de semana me deu uma injeção de adrenalina que andava precisando em meio a tantos desafios da vida profissional e pessoal aqui em Portugal.

Quem sabe nas próximas semanas tenhamos mais novidades sobre o blog e o canal do Cinema & Debate.

Até lá, só posso desejar a todos os queridos leitores (se é que alguém ainda acompanha o C&D) que tenham uma semana cinematográfica.

Texto publicado em 06 de Março de 2023 por Roberto Siqueira

Eu, eu mesmo, e os filmes.

E ai leitores do Cinema & Debate, o melhor blog de cinema do Brasil (tenho que começar falando bem do patrão).

Primeiramente, é uma honra poder falar com mais alguém sobre filmes e séries além de mim mesmo. Poder expor minhas ideias. Compartilhar os arrepios e lágrimas e externar minha raiva. Coisas que só que a Sétima Arte me proporciona. Agradeço muito o convite do meu amigo Roberto e espero poder estar à altura desse blog.

Bem, quem sou eu? Meu nome é Thyago Bertoni, nerd raiz, daqueles tachados como CDF na escola, que levou cuecão e o último a ser escolhido na educação física. Se eu estivesse de volta no ensino médio nos dias de hoje, provavelmente seria um dos populares da sala. Nunca foi tão fácil ser nerd. Nunca foi tão bom ser nerd.

Sou fã de animes, mangás, HQ’s, filmes, séries. Sou pai de uma menina linda, e nas horas vagas tento viajar ao máximo através de filmes e séries, com a permissão da minha ilustríssima esposa. Sim, as mulheres da minha vida mandam em mim.

Minha intenção não é escrever críticas ou opiniões sobre filmes, até porque sei que me falta o conhecimento para escrever uma crítica à altura das já escritas nesse blog. O que eu quero é falar sobre as sensações que os filmes ou séries me causam (às vezes devem sair algumas críticas ou opiniões no meio dos textos). Quero usar esse espaço para colocar pra fora as conversas que tenho comigo mesmo na minha cabeça.

Bem, espero que vocês gostem. Estou aberto a críticas, sugestões, e como sempre, elogios são bem vindos.

Abraço a todos e é um prazer estar aqui.

Bem-vindo Thyago!

O ano de 2019 marca uma série de transformações positivas na história do Cinema & Debate. Além de comemorar sua primeira década de existência, o blog ganhou uma nova cara, passou a ter críticas de lançamentos e também um canal no YouTube.

O lançamento do canal me proporcionou uma experiência nova e fantástica, que ainda está na fase inicial e que precisa de muitos ajustes para ficar como eu imagino que deva ser. Ainda assim, consegui divulgar alguns vídeos e de quebra me divertir batendo papo com meus filhos a respeito dos filmes que eles curtem, além de iniciar a série “Crítica Ilustrada”, que eu espero dar sequência logo por gostar demais do seu formato.

No embalo do canal, realizei também um antigo sonho, que era o de escrever sobre lançamentos. Após 10 anos escrevendo sobre filmes que já não estavam mais nos cinemas, julguei ter alguma bagagem e me senti mais a vontade para poder escrever sobre lançamentos e tenho curtido a experiência até aqui, ainda que a falta de tempo não permita que eu escreva na frequência que gostaria.

No entanto, nem tudo saiu como eu queria. Eu adoraria, por exemplo, ter feito algo grandioso para comemorar os 10 anos do Cinema & Debate, mas não pude ir muito além de um texto comemorativo, pois estou envolvido num projeto profissional enorme que tem tomado boa parte dos meus dias.

Felizmente, um outro desejo antigo poderá me ajudar a sanar este problema da falta de tempo e ainda proporcionar a vocês mais conteúdo qualificado e com uma frequência maior. Sempre tive a intenção de encontrar alguém disposto a dedicar parte do seu tempo para produzir conteúdo para o Cinema & Debate, mas nunca tinha levado a ideia adiante por motivos diversos. Chegou a hora de mudar isso.

Após algumas conversas com meu amigo e grande apaixonado por filmes Thyago Bertoni, finalmente consegui convencê-lo a participar do blog e compartilhar com vocês sua visão sobre filmes. Eu e o Thy somos amigos há um bom tempo e, entre tantos temas que adoramos conversar, o cinema certamente é o principal deles. Passamos dias e dias debatendo sobre filmes com nosso amigo Hector e, quando eu ainda morava no Brasil, organizávamos encontros para poder falar pessoalmente também. Conheci ambos graças ao meu primo Thiago e sua esposa Amanda, que já tiveram um blog comigo no passado chamado “Ilha de Lost” e que me apresentaram tanto o Thy quanto o Hector, duas amizades que prezo muito na vida. Nossas famílias tornaram-se amigas, apesar da distância que nos separava já no Brasil e que agora ficou ainda maior. E o cinema segue sendo um dos pontos de conexão entre todos nós.

Ao longo do tempo, fui notando o talento e a sensibilidade do Thyago para escrever sobre filmes e a ideia de convidá-lo para o blog passou a ganhar força. Cada vez que ele compartilhava comentários sobre os filmes que tinha assistido recentemente, a vontade de trazê-lo para o C&D crescia mais. Até que finalmente decidi levar a ideia adiante e, felizmente, ele aceitou.

Espero que curtam a novidade. Desejo todo sucesso do mundo ao Thy e espero que ele seja muito bem-vindo por aqui.

Agora nos resta colocar a mão na massa, assistir muitos filmes e produzir mais e mais conteúdo para vocês.

Um grande abraço e um fim de semana cinematográfico para todos nós!

Texto publicado em 13 de Setembro de 2019 por Roberto Siqueira

Games x Armas, o surreal debate brasileiro

Eu bem que gostaria de utilizar meu tempo para escrever textos unicamente relacionados ao cinema (e farei isso, já tenho críticas quentinhas saindo do forno em breve), ainda mais agora que a triste realidade brasileira está, ao menos fisicamente, mais distante. Seria até mais inteligente da minha parte não me manifestar politicamente neste momento de um Brasil tão polarizado. No entanto, não consigo ignorar o surreal debate que andei acompanhando em parte da mídia e, especialmente, nas redes sociais nos últimos dias. Senti-me como se estivesse novamente em 1999, ano em que a Columbine High School e o cinema do shopping Morumbi foram alvos de massacres que levantaram a questão: poderiam os filmes ou jogos de videogame influenciar estes malucos?

Após tantas pesquisas que apontam, dentre outros dados, que 80% dos atiradores em massa não mostraram interesse em games violentos ou que não há relação alguma entre o ato de jogar videogame e a agressividade de adolescentes, torna-se surreal que existam tantas pessoas que simplesmente ignorem os estudos e afirmem categoricamente tamanhos absurdos. Não vou dizer que é surpreendente, diante dos líderes retrógrados que elegemos, mas certamente é decepcionante que tanta gente embarque nessa nos dias de hoje, com tanta informação disponível.

Pior ainda é o nosso desgoverno, ao invés de agir com a decência esperada de um país sério, como fez a Nova Zelândia ao anunciar que irá banir as armas semiautomáticas – em reação similar a Austrália e Reino Unido após massacres, diga-se -, aproveitar o momento para dizer que a solução passa por armar os professores (!) e facilitar o acesso as armas. Eu sequer acredito no que acabei de escrever, tamanha a imbecilidade.

O Japão talvez seja o melhor exemplo do tamanho da ignorância desta gente. Um dos países onde mais se joga games violentos, o Japão é também referência em segurança, graças, entre outros fatores, ao rígido controle de armas existente por lá. Portanto, nem é preciso um estudo mais profundo para desmontar a falácia de gente como o general Mourão. Mas se preferir, compare o número de assassinatos em massa em países onde há rígido controle de armas (a maioria dos países europeus, Austrália, Japão, etc.) com aqueles onde a compra de armas de alto poder de destruição é livre, como nos Estados Unidos, onde há uma frequência assustadora de assassinatos em massa todos os anos. Fica claro que eventos trágicos como estes podem ocorrer em qualquer lugar, mas as chances aumentam exponencialmente quando o acesso as armas é facilitado.

É realmente muito triste ver o Brasil entregue nas mãos de gente tão incompetente e, o que é pior, capaz de fazer malabarismos para implementar políticas que visam única e exclusivamente defender os interesses da indústria armamentista. É muito triste que, ao invés de propor melhores condições de trabalho aos professores, essa gente lunática queira transformá-los em agentes secretos prontos para conter o mal, atribuindo uma responsabilidade que é do Estado para eles. Em resumo, é muito triste ver um país retroceder tanto em tão pouco tempo.

Enfim, eu quero e irei escrever muito sobre cinema novamente, mas não podia deixar passar batido este tema, até por que é questão de tempo para começarem a culpar os filmes também, exatamente como fizeram em 1999 com “Clube da Luta”.

Texto publicado em 17 de Março de 2019 por Roberto Siqueira

Recomeço

Nem eu e nem minha esposa sabíamos, mas nossas vidas – e de todos que nos cercam – começaram a mudar no dia 06 de Agosto de 2012, no instante em que pousamos pela primeira vez na vida na capital alemã. Nós já éramos apaixonados pelo estilo de vida europeu desde a deliciosa viagem de lua-de-mel realizada ainda em 2007 e falávamos abertamente que adoraríamos viver nesta região do mundo, mas nossa admiração nunca se concretizou em ações que pudessem de fato nos levar a uma mudança. Foram os dias maravilhosos que passamos em Berlim e, posteriormente, em Munique que nos levaram a conclusão de que era preciso agir.

Curiosamente, foi somente na terceira viagem ao velho continente que incluímos a Alemanha no roteiro, talvez por conta do estereótipo mentiroso que temos no Brasil sobre o país, que já desmenti neste post. Nós já tínhamos nos encantado com cidades como Paris, Amsterdam, Roma e Barcelona, mas somente quando conhecemos o país de Goethe que a ficha verdadeiramente caiu. Nós tínhamos que morar ali. Não propriamente ali, em Berlim ou Munique, mas a admiração pela Alemanha – que ganhou mais força ainda ao longo dos anos e das novas visitas – foi o motor para concretizar o que era apenas um sonho e dar início ao nosso projeto de mudança para a Europa.

Na volta daquela viagem, iniciamos o processo de cidadania italiana por parte da família da minha esposa e, já em 2013, eu iniciei o estudo do idioma alemão, ainda que o primeiro ano tenha sido praticamente perdido pelo método caseiro que escolhi, o que me motivou a buscar uma escola especializada em 2014. Pela primeira vez, nós tínhamos um plano concreto e agíamos em direção ao sonho.

Passaram-se os anos, nós quase mudamos em 2015, mas uma proposta de trabalho me segurou no Brasil – e que decisão acertada ela se revelou. Vivi anos maravilhosos numa experiência profissional marcante que deixou saudades e que me fez crescer como profissional e como pessoa. Até por isso, não foi nada fácil decidir partir. Obviamente que ficar longe de familiares e amigos era o que mais dificultava a decisão de mudar de país, mas deixar um emprego que eu de fato amava também não era algo simples.03

Por outro lado, a onda conservadora que nasceu nas manifestações de 2013 e que nos levou a eleição de você-sabe-quem facilitou bastante a decisão de mudar. A cada ano que passava e a cada debate que eu tinha sobre ideias políticas e visão de mundo com amigos, familiares e em redes sociais (sim, cometi este erro), eu percebia que estava me desconectando do Brasil e que, se o modelo de sociedade que eu defendo é visto de maneira totalmente distorcida em nosso país, era mais fácil abandonar o inútil debate que já estava me trazendo problemas de saúde e viver logo de uma vez onde ele já é aplicado, afinal, como diz o brilhante texto de Ivana Ebel, o brasileiro de classe média acha chique a Europa, mas critica toda e qualquer política progressista do velho continente quando alguém tenta aplicá-la no Brasil, como por exemplo as ciclovias em São Paulo e programas que visem o bem-estar social, igualdade de gênero, etc.

O sombrio cenário eleitoral somado aos anos de planejamento e ao timing para que nossos filhos não fossem prejudicados em sua formação escolar fizeram com que Dezembro de 2018 fosse a data ideal para nossa sonhada mudança. E assim aconteceu. Desde então, vivemos em Lisboa, numa fase de adaptação ao velho continente que pode tornar-se definitiva, já que estamos adorando viver aqui. Eu ainda passei o mês de Janeiro em Berlim fazendo um curso intensivo de alemão que, além da experiência de imersão que obviamente me ajudou bastante, ainda me rendeu boas amizades, e agora estou novamente com a família em terras lusitanas.

O fato é que não sabemos onde iremos viver em definitivo até que eu encontre um novo emprego – o que pode me levar a algum outro país europeu. Até lá, quem sabe consigo voltar a focar no blog e talvez dar um passo adiante, tratando-o de maneira mais profissional e não apenas como um hobby. Ideias para isso eu tenho aos montes, o que faltava realmente era tempo.

E como o Cinema & Debate sofreu nestes últimos anos. Eu praticamente não conseguia escrever mais, ainda que conseguisse assistir filmes num ritmo razoavelmente bom para quem viajava tanto a trabalho, estudava alemão e, claro, tinha uma família e uma vida social. O blog praticamente sobreviveu respirando por aparelhos, com textos esporádicos, idas e vindas, sumiços e retornos, ainda que o número de acessos jamais tenha caído.

A minha paixão pelo cinema, no entanto, nunca morreu, assim como minha vontade de manter o blog vivo, que era renovada a cada comentário que recebia mesmo com a longa ausência. Talvez esteja na hora de retribuir o carinho de todos vocês que, com comentários e cliques, mantiveram acesa a chama da esperança neste espaço criado para debater a sétima arte de uma maneira mais profunda.

A chama ganhou força. É chegada a hora do recomeço.

Texto publicado em 03 de Março de 2019 por Roberto Siqueira

3…2…1…

Novos caminhos

Boa noite amigos leitores,

Estamos chegando ao fim da corrida eleitoral e meu sentimento é apenas de cansaço.

Ao longo dos últimos meses (quem sabe anos?) eu tentei defender minhas posições com base em argumentos, dados oficiais, matérias de jornais nacionais e estrangeiros, estatísticas, experiências nacionais e de outros países, informações históricas, dicas de livros, filmes, documentários e músicas. Ganhei até o apelido de Linkman por isso.

Busquei o diálogo não apenas com os que concordam comigo, mas especialmente com quem discorda. Vi pessoas que sempre foram críticas ao PT passarem por cima da rejeição em nome da democracia. Perdi amizades por conta de valores inegociáveis pra mim como o respeito e amor ao próximo, mas vi outros tantos amigos se agigantarem em meu coração em sua luta diária por uma sociedade democrática e que prefira o amor ao ódio e os livros as armas.

Dei a cara a tapa, especialmente no segundo turno em que me vi obrigado a defender um projeto que teve diversos problemas e também várias virtudes, mas que não era meu favorito no 1o turno.

Agora só nos resta aguardar. Se Haddad vencer, vou gritar, chorar, sorrir e comemorar, para já na segunda feira começar a cobrar do PT à autocrítica que até agora somente ele próprio Haddad fez, ao lado de defensores da democracia como Mano Brown e Cid Gomes.

Se o outro ganhar, irei parabenizar e desejar sorte ao lado vencedor e me recolher em meu lamento e tristeza pelo Brasil abraçar o discurso autoritário e de ódio. Mas também já na segunda feira irei levantar a voz de oposição e honrar o sangue nordestino misturado ao sangue negro e índio que corre em minhas veias, em defesa dos meus amigos gays, das mulheres que cercam minha vida, da luta que travo há anos pela diminuição da desigualdade e pela igualdade de oportunidades, por mais Estado e não menos, provendo saúde, educação, segurança, transporte, infraestrutura, energia e tudo mais que é estratégico ao país.

Seguirei defendendo o progresso, a educação sexual nas escolas, o Estado Laico e a liberdade religiosa, as escolhas individuais, as diferentes orientações sexuais, a descriminalização do aborto e da maconha, a desmilitarização da polícia e o melhor treinamento e remuneração para esta profissão tão difícil, o direito de ser ativista e de protestar, o direito de discordar e fazer oposição, a luta por moradia, por saneamento e acesso a água, o fim da guerra falida ao tráfico e o início de ações planejadas e inteligentes contra o crime, a defesa dos direitos humanos, o respeito ao imigrante e a defesa da miscigenação, os incentivos a cultura e a arte, o investimento nos esportes, entre tantas outras bandeiras.

Enfim, seguirei lutando por uma sociedade mais justa e próxima do que temos de melhor no mundo hoje.

Agradeço aos que trocaram ideia e me ajudaram a evoluir mais um pouco nesta etapa da vida.

E mesmo distante, sei que muitos dos meus amigos que despertaram agora ou bem antes para a importância da política em nossas vidas serão os primeiros a levantar a voz ao menor sinal de que o autoritarismo prometido irá mesmo se concretizar. E estarei a distância torcendo e lutando como for possível para que possamos impedir a barbárie de se consolidar no nosso amado país.

Bom voto amanhã para todos e aos indecisos envio abaixo algumas dicas de filmes que podem ajudar na decisão entre hoje e o momento em que você estará sozinho, de frente pra urna, sem os amigos, o chefe ou qualquer pessoa para lhe recriminar por sua escolha.

Lembre-se sempre. Muitas pessoas foram torturadas e outras morreram para que você tivesse esse direito. E mais do que nunca, amanhã o seu voto vale o sangue de muitos.

Grande abraço.

Roberto Siqueira

Dicas de filme:

Batismo de Sangue
O ano em que meus pais saíram de férias
Condor
A lista de Schindler
A vida é bela
O pianista
O menino do pijama listrado
O dia que durou 21 anos
A onda
Lamarca 
Cabra-cega
O grande ditador
Ele está de volta
Manhã cinzenta
Pra frente, Brasil!
Cabra marcado para morrer

Texto publicado em 27 de Outubro de 2018 por Roberto Siqueira

Recado

Olá queridos leitores,

Sei que estou ausente, mas foi por uma boa razão. Primeiro, fiz uma linda viagem com minha família, que talvez inspire um ou dois posts por aqui. Depois, vieram as Olimpíadas e eu sou simplesmente apaixonado por esportes. Estou acompanhando tudo e, assim como a Copa de 2014, orgulhoso de ter este grande evento em nosso país.

Então peço que tenham calma. Em breve o Cinema & Debate retorna com o texto de “O Sexto Sentido”. Até lá, com o perdão do trocadilho, vamos manter o suspense.

Obrigado pela paciência e até breve.

Texto publicado em 18 de Agosto de 2016 por Roberto Siqueira

Por que voto nulo

[Clique nos trechos em destaque para abrir a fonte de cada informação]

Atendendo aos pedidos, explicarei logo abaixo por que votarei nulo.

Antes disso, no entanto, quero deixar claro que se quase sempre posto algo desmistificando Aécio é por que as mentiras e exageros em minha timeline vêm de quem vota nele. Contrariando o que muitos dizem, a maioria dos meus amigos que votam em Dilma são pessoas muito cultas, estudadas, envolvidas com arte ou jornalismo e, em quase todos os casos, reconhecem os problemas de sua candidata e de seu governo, mas apostam nas virtudes. Quando postam algo, postam com base em fontes e informações oficiais e não em memes ou correntes montadas para enganar quem não vai atrás de informação.

Infelizmente, não é o que acontece do outro lado. Muitos amigos próximos (não todos, é claro) ficam repetindo informações que encontram no site do próprio Aécio (aham…), como se fosse uma fonte totalmente confiável de informação, além de usarem montagens e frases fora de contexto, quando não é algo proveniente de uma revista claramente de direita como a VEJA – basta um mínimo de senso crítico pra entender por que a VEJA faz o que faz e quais são os seus interesses. Por isso, não resisto à tentação e sempre rebato com informações concretas, dados históricos e números oficiais. Não concordo com a santificação deste candidato que nada de melhor tem a oferecer do que o que já temos.

Como muitos me acusam de atacar um lado só, deixo aqui 5 razões pelas quais não voto nem em Dilma e nem em Aécio. Se fosse obrigatório votar em um deles, ficaria com a atual presidente, especialmente pelo projeto social do governo petista que fez esta notícia aqui se transformar nesta aqui. Mas, como a democracia me dá o direito de anular o voto, assim o farei – e explico abaixo as razões para esta decisão.

Por que não voto em Dilma?

– Os gastos absurdos com a Copa do Mundo e as obras que não foram entregues são alguns dos principais pontos que questiono no governo atual. A Copa do Mundo representou uma ótima oportunidade para alavancar a infraestrutura do país, mas o governo, seja lá por quais razões, não conseguiu dar sequência em uma infinidade de obras como o famoso trem bala, o que me deixou bastante decepcionado.

– Os investimentos feitos em Cuba não me convencem, por mais que tenha quem defenda alegando que pode dar grande retorno ao país no futuro por sua posição estratégica. Até acho que seria interessante o Brasil capitanear o desenvolvimento da América Latina e se consolidar com a grande potência da região, mas antes disso é preciso olhar pra dentro de casa. Nossa infraestrutura ainda está distante do ideal e precisamos investir em portos, aeroportos e principalmente ferrovias antes de começar a pensar em fazer algo semelhante nos países vizinhos. Eu sei que no caso das ferrovias o governo estaria comprando uma briga enorme com as montadoras de automóveis e, além disso, teria que mudar muito a matriz econômica do país que hoje é refém deste setor, mas em algum momento isto precisará ser feito antes que o custo Brasil torne nossos produtos ainda menos competitivos e acabe impactando em nossas exportações. Além disso, uma logística mais eficiente melhoraria até mesmo os custos para atender o mercado interno.

– O crescimento da bancada conservadora comandada por Felicianos e Bolsonaros da vida me preocupa e muito. Criar leis ou, o que é pior, impedir novas leis que concedam o mesmo direito a todos é algo reprovável, ainda mais quando a base para tal é a Bíblia. Com todo o respeito à fé de cada um, o Brasil é um Estado Laico e precisa se comportar como tal. Nenhuma religião, por maior e mais influente que seja, deve pautar as leis de um país. Infelizmente, o governo Dilma recuou em questões importantes como a criminalização da homofobia por pressão desta ala do congresso, já que ela própria afirma ser a favor da criminalização.

– O governo petista, e aí incluo os anos de Lula, também pouco fez em relação às questões trabalhistas, o que é emblemático se nós considerarmos o nome do partido. Enquanto países europeus trabalham menos de 40 horas por semana, nós ainda estamos nas 44 horas semanais, com uma licença maternidade de apenas 4 meses (não adianta estipular 6 meses e dizer que é facultativo porque poucas empresas vão aderir). Como representante do trabalhador, o governo petista deveria ter lutado mais por tais questões, entre outras, ainda que o salário mínimo tenha de fato obtido um crescimento real superior ao governo tucano e as empregadas domésticas finalmente tenham garantido direitos.

– Como já disse inúmeras vezes, sou defensor do programa Bolsa Família e de seus resultados. Por outro lado, acho que já passou da hora do governo federal estimular ainda mais o desenvolvimento de regiões mais pobres, seja através de incentivos fiscais para empresas, seja de outra forma mais criativa. É verdade que muitas empresas deixaram São Paulo e rumaram para regiões menos favorecidas, mas o ritmo ainda é lento demais diante da necessidade do país. Evitar que milhões de pessoas morram de fome é louvável (e a ONU já reconheceu o sucesso do programa), mas agora é necessário também criar condições para que estas famílias possam dar um passo adiante e não corram o risco de, caso outro governo lhes tire o benefício, voltar a passar fome.

Por que não voto em Aécio?

– A falta de investimentos na Saúde em seu governo chama a atenção, conforme atestam os bilhões que Aécio é acusado de não investir e que levaram a ação por ato de improbidade administrativa movida pelo MPE-MG, além da péssima colocação de Minas Gerais no ranking de investimentos na área durante sua gestão.

– Na Educação, ao contrário do que ele diz com base em números maquiados graças ao fim da repetência, Aécio também teve um desempenho pífio, ficando entre os estados que menos investiram na área e, pra piorar, com professores recebendo abaixo do piso nacional. A revolta de professores já é um indicador do valor que Aécio dá para a educação. Além disso, o governo tucano não criou universidades federais e ainda sucateou as que tínhamos, ao passo que o governo petista criou 18 universidades e permitiu o acesso ao estudo através do PROUNI.

– A política econômica defendida por Aécio e Armínio Fraga tende a privilegiar investidores e empresas, mas prejudica o trabalhador. Contrários à regulação de mercado (página 52 do plano de governo dele) e partidários do neoliberalismo norte-americano, eles provavelmente conseguirão atrair investimentos e aumentar os lucros das empresas, mas isto não representará nada para o trabalhador, que verá a distância entre o que ele ganha e o que acionistas e empresários lucram só aumentar. Ah, “mas os empresários que geram empregos” você pode argumentar. Errado. Quem gera empregos é o consumidor e o consumidor só consome se for bem remunerado. Além disso, Fraga já elevou a taxa de juros a incríveis 45% no passado e, mesmo tendo baixado algum tempo depois, manteve os juros em patamares altos, o que, para quem sabe a função da taxa SELIC, é algo bem perigoso, travando o crédito e o consumo e impedindo pessoas de terem acesso a novas conquistas. E então chegamos às privatizações. Partidários das privatizações (não sou contra elas em muitos setores, mas em alguns que são essenciais ao país sou contra), os tucanos pouca atenção darão aos bancos públicos, que, como todos sabem, são os grandes responsáveis por financiar com juros baixos a vida daqueles que mais necessitam, seja para comprar uma casa ou para manter seu pequeno negócio. Quem já recorreu aos bancos privados sabe a diferença. E eu não quero isto para o meu país.

– A gestão de recursos não é exatamente uma especialidade do PSDB. Justamente por olhar mais para o acionista do que para a sociedade, por vezes seus governantes preferem tomar decisões que visam evitar a diminuição dos lucros de investidores, como no caso da SABESP, em que mesmo com relatórios apontando para a necessidade de investimentos, pouco foi feito e o resultado está aí. Acha que é um caso esporádico? Lembra-se do apagão na era FHC?

– A violência é um problema crônico do Brasil desde sempre, mas as maneiras de combatê-la são bem diferentes também. O problema é que o governo tucano não diferencia bem bandidos de pessoas honestas, como fica claro na maneira em que eles tratam manifestações, com uma abordagem repressiva que busca manter a ordem a qualquer preço, nem que isto envolva atos violentos de policiais contra manifestantes. Além disso, eleitores de direita acusam o governo atual de querer implantar uma ditadura, mas muitos deles defendem intervenção militar. E que tipo de ditadura permite que a imprensa ataque seu governo com tanta frequência? Numa ditadura, a VEJA, por exemplo, não existiria (o que seria reprovável, ainda que esta revista não seja um exemplo de lisura). O curioso é que em Minas Gerais jornalistas reclamam da falta de liberdade da imprensa e foi justamente Aécio quem processou uma jornalista (que teve seus equipamentos apreendidos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro), tentou bloquear termos de busca no Google e processou 66 usuários do Twitter.

Finalmente, eu nem deveria entrar no campo corrupção, porque tanto de um lado quanto do outro não são poucas as acusações que, no mínimo, deixam uma pulga atrás da orelha. E não me venha com este mimimi de que o PT inventou a roubalheira, pois não cola. Infelizmente, a corrupção é um mal que assola o Brasil há séculos e não vai acabar de uma hora para outra. Ainda assim, prefiro a postura do atual governo de expor os casos e de dar ferramentas para a Polícia Federal trabalhar do que a do governo tucano que engavetava processos um atrás do outro. Não adianta se irritar, basta analisar o número de investigações da Polícia Federal em cada governo e o número de pessoas presas. Não está convencido? Então lembre os casos de denúncia de corrupção aqui em São Paulo para verificar que esta política de encobrir os escândalos segue vigente, tendo em vista que o escândalo do metrô foi denunciado fora do país antes de alguém abrir a boca por aqui.

Satisfeitos? Claro que não. Mas não me importa, eu estou satisfeito com meu voto. É o que basta.

Texto publicado em 23 de Outubro de 2014 por Roberto Siqueira

100 anos de história, de lutas e de glórias…

“Explicar a emoção de ser palmeirense para um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… é simplesmente impossível!” – Joelmir Beting

Só posso dizer obrigado pelos momentos que proporcionou em minha vida.

Parabéns Palmeiras!

Texto publicado em 26 de Agosto de 2014 por Roberto Siqueira