Seguindo minha comparação entre o vencedor do Oscar de Melhor filme e aquela que eu considerei como a melhor produção do ano, chega à vez do sensacional ano de 1995 (Premiação em 1996). Apesar de considerar as safras de 94 e 99 bastante respeitáveis, não tenho receio de afirmar que a safra de 95 é a melhor dos anos 90. Repleta de filmes memoráveis, a produção cinematográfica daquele ano dificulta até mesmo a escolha dos cinco indicados ao prêmio de melhor filme, tornando a tarefa de escolher o melhor deles em algo quase impossível.
Além da qualidade, impressiona também a variedade das produções. Tivemos boas ficções científicas (“Apollo 13” e “Os 12 Macacos”), romances maduros e apaixonantes (“As Pontes de Madison”, “Razão & Sensibilidade” e a obra-prima “Antes do Amanhecer”), thrillers eletrizantes (“Os Suspeitos” e outra obra-prima, “Seven”), filmes divertidos e sensíveis (“Don Juan DeMarco” e a revolucionária animação “Toy Story”), muita ação (o razoável “Duro de Matar – A Vingança” e o excepcional “Fogo contra Fogo”), violência estilizada (“Cassino”) e épica (“Coração Valente”) e dramas profundamente tocantes (“Despedida em Las Vegas” e a obra-prima “Os últimos passos de um homem”).
Diante de tudo isto, fica extremamente complicado eleger o melhor filme do ano, mas explicarei a razão da minha escolha em seguida. Antes, vou adotar a metodologia atual e indicar meus dez filmes favoritos de 95. Sem ordem de preferência, são eles:
Os 12 Macacos
Antes do Amanhecer
As Pontes de Madison
Coração Valente (meu voto, por razões nada racionais)
Despedida em Las Vegas
Fogo contra Fogo
Os Últimos passos de um homem
Razão & Sensibilidade
Se7en
Toy Story
Num ano tão farto, não posso deixar de comentar também outros prêmios importantes. Por coerência, eu votaria em Mel Gibson como melhor diretor, apesar de não conseguir encontrar defeitos nas direções de David Fincher, Richard Linklater, Clint Eastwood e Tim Robbins. Para melhor ator, apesar de admirar a excelente atuação de Nicolas Cage em “Despedida em Las Vegas”, meu voto iria para Sean Penn, que oferece uma atuação sublime em “Os últimos passos de um homem” – meus outros indicados seriam Morgan Freeman por “Seven”, Ethan Hawke por “Antes do Amanhecer” e (De Niro e Pacino me perdoem!) Mel Gibson por “Coração Valente”. Meu ator coadjuvante favorito do ano seria mesmo Kevin Spacey, mas não pela boa atuação em “Os Suspeitos” e sim por sua participação monumental em “Seven”. Também indicaria Brad Pitt (“Os 12 Macacos”), Patrick McGoohan (“Coração Valente”), Ed Harris (“Apollo 13”) e James Cromwell (uma espécie de consolação para “Babe, o porquinho atrapalhado”).
Entre as mulheres, eu concordaria com a academia e premiaria Susan Sarandon como melhor atriz, indicando ainda três das quatro concorrentes escolhidas pela academia, Elizabeth Shue (“Despedida em Las Vegas”), Meryl Streep (“As pontes de Madison”) e Sharon Stone (“Cassino”), trocando apenas Emma Thompson (“Razão & sensibilidade”) por Julie Delpy (“Antes do Amanhecer”). Premiaria ainda Kate Winslet (“Razão & sensibilidade”) como atriz coadjuvante, Emma Thompson pelo roteiro adaptado de “Razão & sensibilidade”, Andrew Kevin Walker pelo roteiro original de “Seven”, Richard Francis-Bruce pela montagem do mesmo “Seven” e John Toll pela fotografia de “Coração Valente”. Eu sei, deixei grandes filmes como “Fogo contra Fogo” e “Cassino” de mãos abanando, mas acontece. O ano era mesmo excepcional.
Porque eu votaria em “Coração Valente”?
Como já expliquei anteriormente, “Coração Valente” é o filme mais importante da minha vida. Portanto, eu seria hipócrita se dissesse que votaria em outro filme na época, ainda que reconheça a qualidade superior de obras-primas como “Antes do Amanhecer”, “Os últimos passos de um homem” e “Seven”. E apesar de também reconhecer os méritos de “Razão & Sensibilidade” (na verdade, o grande concorrente de “Coração Valente” nas premiações), não acho o filme de Ang Lee melhor que o épico de Mel Gibson.
Se a votação acontecesse hoje e eu levasse em consideração apenas aspectos racionais, meu escolhido seria: eu não sei! Quem sabe “Seven”, pelo magnetismo de sua narrativa; ou “Antes do Amanhecer”, pela apaixonante simplicidade e realismo; ou “Os últimos passos de um homem”, pela importância e relevância do tema abordado com tamanha competência. É, acho que no fim das contas, eu votaria em “Coração Valente” do mesmo jeito, porque cinema não é só razão, é também emoção.
E pra você, qual o melhor filme de 1995 e por quê?
Um abraço e bom debate.
Texto publicado em 03 de Outubro de 2012 por Roberto Siqueira
Assisti Coração Valente quando tinha 17 anos. Pra mim era o melhor filme do mundo! O filme me arrebatou! De lá pra cá, com um gosto mais refinado por Cinema, revi muitos dos filmes daquele ano e racionalmente, sem pestanejar, votaria em Fogo contra Fogo, outro gigante da época.
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O filme me arrebatou também Jorge.
“Fogo contra Fogo” é mesmo um filmasso, bom voto.
Abraço.
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Desculpa a expressão, mas é verdade, Seven é FODA, um dos meus 10 filmes favoritos sem duvidas nenhuma. Mas, mesmo amarrado em uma cama por 1 ano, tendo crises de abstinências alcoólicas , ou sendo estripado até a morte, meu voto iria para Coração Valente. ( Se Coração Valente não tivesse seu voto, pararia de ler o seu site, rs.) Um grande abraço!
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Que bom que acertei o voto então Mateus. rs
Abraço e valeu pelo divertido comentário.
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