Seguindo minha comparação entre o vencedor do Oscar de Melhor filme e aquele que eu considerei como a melhor produção do ano, chega à vez do ano de 1999 (Premiação em 2000), certamente uma das safras mais interessantes e de alto nível das últimas décadas.
Inquestionavelmente, “Beleza Americana” é um filme acima da média. Além de muito bem dirigido por Sam Mendes, o longa conta ainda com a excepcional atuação do talentoso Kevin Spacey e merece, sem dúvida nenhuma, todo o reconhecimento deste mundo. É também um filme com o qual me identifico bastante, pois assim como Lester Burnham, também não suporto a vida de aparências do mundo moderno. Mas existe um problema na vida de “Beleza Americana” quando falamos de prêmios – no caso, o OSCAR. O ano de 1999 presenteou os cinéfilos não apenas com uma, mas com várias obras destas que ficam marcadas e serão lembradas eternamente, como “Matrix”, “O Sexto Sentido” ou “De olhos bem fechados”, o último trabalho do gênio Kubrick.
Dentre elas, temos ainda duas obras-primas que marcaram uma geração: “Clube da Luta”, de David Fincher, e especialmente “Magnólia”, de Paul Thomas Anderson, dois longas melhores que o longa estrelado por Spacey e com os quais também tenho grande identificação com o tema central, respectivamente, o desapego material e o acaso como agente do nosso destino. Qualquer um deles mereceria meu voto naquele ano, mas infelizmente não posso votar nos dois filmes e, como tenho que fazer uma opção, fico com o filme de Paul Thomas Anderson.
Porque “Magnólia” é melhor?
Apesar da qualidade inegável de “Beleza Americana” (e de outros filmes do ano) e da minha empatia com o tema abordado, não posso deixar de reconhecer e admirar o trabalho perfeito realizado em “Magnólia”, desde a competente direção, passando por toda a parte técnica e pelo talentoso e inspirado elenco. Além disso, “Magnólia” ainda é destes filmes polêmicos, que levantam múltiplas interpretações e abrem margem para discussões, o que particularmente é algo que adoro. Por tudo isso, apesar de reconhecer a excelente safra de 1999, que além dos filmes citados, contava ainda com obras como “O Informante”, “À Espera de um Milagre” e “Toy Story 2”, o meu filme favorito do ano é mesmo “Magnólia”.
E pra você, qual o melhor filme de 1999 e por quê?
Um abraço e bom debate.
Texto publicado em 24 de Fevereiro de 2017 por Roberto Siqueira
Caro Roberto,
Lamentando não ter assistido os demais filmes citados por você – o que me tornará uma sugestão -, reforço sua opinião sobre o filme “Beleza Americana” que também acho o excelente; ano passado, o revisitei umas duas vezes, sempre com aquela coisa de não tirar os olhos da tela. O filme desnuda – com esmero – as entranhas dos relacionamentos familiares que muitas vezes são harmônicos somente na aparencia…
Valeu…
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É verdade Paulo.
Espero que goste dos outros filmes.
Abraço.
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