O TESOURO DE SIERRA MADRE (1948)

(The Treasure of the Sierra Madre)

4 Estrelas 

Filmes Comentados #1

Dirigido por John Huston.

Elenco: Humphrey Bogart, Barton MacLane, Walter Huston, Tim Holt, Bruce Bennett e Alfonso Bedoya.

Roteiro: John Huston, baseado em romance de B. Traven. 

Produção: Henry Blanke. 

[Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que os filmes comentados não são críticas. Tratam-se apenas de impressões que tive sobre o filme, que divulgo por falta de tempo para escrever uma crítica completa e estruturada de todos os filmes que assisto. Gostaria de pedir que só leia estes comentários se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].

– Divertido aventura sobre a exploração do ouro nas montanhas mexicanas, com uma dose de drama e boas atuações.

– A direção de John Huston conduz a narrativa com segurança, além de criar interessantes planos como aquele em que Dobbs dá uma gargalhada recheada de maldade e as chamas da fogueira o encobrem lentamente, simbolizando o momento diabólico que ele está vivendo.

– Interessante à forma como o roteiro de John Huston aborda o tema da ganância do ser humano e como a possibilidade de ficar rico revela a verdadeira face de cada pessoa.

– A atuação de Walter Huston (pai do diretor) é absolutamente maravilhosa como o velho Howard. Sua fala rápida, seus gestos, olhares e suas frases (mérito também do roteiro) roubam a cena. As gargalhadas (que hoje parecem exageradas) não prejudicam a grande atuação. E a dança do ouro é maravilhosa e muito divertida.

– Humphrey Bogart também tem uma grande atuação como o ambicioso Dobbs. Sua mudança ao longo da narrativa é evidente. À medida que se aproxima da fortuna ele se transforma em alguém cada vez mais perigoso e egoísta, e Bogart retrata muito bem esta mudança do personagem.

– O roteiro certamente é o destaque do filme, repleto de frases inteligentes e diálogos ágeis e deliciosos de ouvir.

– Impressionante também o excelente trabalho de direção de fotografia de Ted D. McCord, que consegue passar a sensação de um mundo árido, mesmo com a ausência das cores. Ele utiliza a luz para causar a sensação de um local bastante quente.

– A montagem oscila entre bons e maus momentos. O filme caminha num ritmo muito bom até a volta para a cidade. As seqüências do ataque ao trem, o acampamento, a exploração das minas de ouro e a resistência ao ataque dos mexicanos fluem com naturalidade. O problema está na longa seqüência com os índios, que poderia ser reduzida, já que é apenas um artifício do roteiro para deixar Dobbs e Curtin sozinhos.

– É curiosa, e até cômica, a calma do assassino mexicano na hora de sua execução.

– A irônica piada do final do filme revela a principal mensagem dele. Riqueza (ouro ou dinheiro) não é tudo na vida. É bom (e essencial) tê-lo, mas devemos ter cuidado com os perigos que a riqueza pode representar na mente de pessoas muito ambiciosas. 

O Tesouro de Sierra Madre

Texto publicado em 04 de Agosto de 2009 por Roberto Siqueira

Filmes Comentados

Como todos sabem, pretendo divulgar com freqüência críticas sobre filmes de todas as épocas e de todos os gêneros. Até o momento consegui divulgar 12 criticas (8 da Videoteca do Beto e 4 de Filmes em Geral) em pouco mais de um mês. Ao mesmo tempo, pretendo assistir cada vez mais filmes por semana. Desta forma, estou me aproximando de um momento em que o tempo não será suficiente para escrever sobre todos os filmes que assisto. Vou manter minha promessa e escrever sobre todos os filmes da Videoteca do Beto, assim como a maioria dos filmes que alugo (de qualquer época) e dos lançamentos no cinema também (assim que o perigo da gripe suína não existir mais!). Mas infelizmente é preciso fazer escolhas, e a partir de agora, alguns filmes que assistirei não terão críticas divulgadas, simplesmente por falta de tempo.

Sendo assim, a solução que encontrei para este problema foi divulgar pelo menos alguns comentários sobre estes filmes que não escrevei crítica. Não que eles sejam menos importantes que os outros. É simplesmente uma questão de escolha. Pode até ser que no futuro alguns deles recebam uma crítica também, mas no momento o tempo não permitirá. O primeiro exemplo de filme que não terá crítica, somente comentários, será “O Tesouro de Sierra Madre”, inaugurando assim uma nova categoria no blog: “Filmes Comentados”. Espero que desta forma eu consiga pelo menos deixar registradas as minhas impressões sobre todos os filmes que vejo, algumas mais detalhadas (através da crítica) e outras menos (somente com comentários).

Um abraço.

Texto publicado em 03 de Agosto de 2009 por Roberto Siqueira