“Paris é muito cara, os franceses são chatos, a quantidade de comida servida nos restaurantes é pequena, as ruas são sujas e o metrô é velho demais”. Estas são algumas das frases que ouvi assim que anunciei onde passaria a lua de mel (na verdade, também conheci Madri, Barcelona e Amsterdã nesta primeira viagem, além das pequenas Versailles e Zaandam), o que ilustra, em primeiro lugar, uma falta de tato incrível das pessoas, que sequer pensavam que eu estava prestes a realizar meu sonho de conhecer a Europa ao lado da pessoa que amo. Só que, depois de pisar na capital francesa, afirmo com segurança: Esqueça tudo isto! A cidade luz é encantadora, é mágica, uma cidade fascinante em que desfrutamos cada nova descoberta e que merece ser visitada outras vezes.
Antes de qualquer coisa, quero esclarecer os fatos. Paris é tão cara quanto qualquer cidade grande (como São Paulo) e tem inúmeras opções para aqueles que estão dispostos a procurar o preço que caiba no seu bolso. Os franceses podem até serem chatos, mas pelo menos comigo e minha esposa não foram – aliás, foram mais receptivos que os “calorosos” italianos, estes sim muito parecidos com os brasileiros (ou seja, ou o cara é gente fina ou é um baita ignorante). Quanto à comida, não tenho do que reclamar (só faltava reclamar de uma das melhores culinárias do mundo, não é mesmo?), quantidade e qualidade elogiáveis. Isto sem falar nos vinhos, maravilhosos até mesmo quando são “da casa”, mas voltaremos a falar deles em instantes. Ruas sujas? Sim, elas existem, mas nem se compara ao que vejo pelas ruas de Sampa. No fim das contas, entre as “acusações” que ouvi antes da viagem, só a do metrô se confirmou, mas apenas nas linhas mais antigas (algumas estavam no início da restauração), já que as novas estavam bem bonitas.
Feito o desabafo, vamos às boas lembranças de uma cidade com tantos lugares legais para conhecer que fica até difícil resumir num texto só. Após sair do aeroporto Charles de Gaulle e pegar o metrô na Gare du Nord, desci na estação “Parmentier” e descobri que os elevadores estavam quebrados, justo na primeira cidade européia em que minha enorme mala não tinha sido extraviada (antes, em Madri e Barcelona, recebi a mala horas depois no hotel). Por isso, fui obrigado a subir vários lances de escada com uma mala enorme, enquanto a Dri ria da minha cara com sua mala pequena. Por sorte, um jovem francês me ofereceu ajuda (não falei que eles são legais?) e outro rapaz me ajudou a encontrar o hotel. Talvez o fato de ter aprendido um pouquinho do idioma local tenha me ajudado, já que eles percebiam meu esforço e passavam a falar inglês sem nenhum problema – o que não é comum, como muitos sabem, por causa do histórico entre Inglaterra e França.
No primeiro dia, deixamos as malas no hotel, passamos pela Bastilha, caminhamos até a Île de la Cité e conhecemos, de uma vez só, o hotel de Ville, o rio Sena e a charmosa catedral de Notre Dame, com seu estilo gótico e belo. De lá, aproveitamos para dar uma esticada no passeio e ver a torre Eiffel de perto. Era noite e ela estava lá, totalmente iluminada. Pode soar brega, eu sei, mas poucos lugares são tão românticos. E podem falar o que for, mas a danada da torre é mesmo um deslumbre! Daí pra frente, cada dia de viagem trazia uma nova emoção.
Mas Paris é charmosa não apenas pelos pontos turísticos. Como disse Vicent Vega em “Pulp Fiction”, são nos pequenos detalhes que a cidade nos encanta. O cuidado com cada jardim, como no lindo jardim des Tuileries, localizado próximo à entrada do Louvre e à linda praça de la Concorde, os cafés, a arquitetura da cidade, as bicicletas, tudo é encantador. E o que dizer do maior museu do mundo então? São necessários alguns dias para conhecer o Louvre em toda sua magnitude. Com tantas atrações fica difícil citar tudo, mas posso dizer que fiquei impressionado com os aposentos de Napoleão e com alguns quadros, dentre os quais está a Mona Lisa, um quadro pequeno é verdade, mas fascinante. Da Vinci era mesmo um gênio!
E não para por aí não. Paris ainda tem a Champs-Élysées, o paraíso dos consumidores que, confesso, me encanta mais pela beleza do lugar. A Dri ficou empolgadíssima com lojas como a Sephora, enquanto eu fiquei ali, admirando a beleza daquela avenida que nos leva ao Arco do Triunfo. À noite, vale à pena conhecer a bela igreja Sacré Coeur e admirar a vista panorâmica da cidade, além de curtir o bairro boêmio Montmartre, que fica atrás da igreja e tem excelentes restaurantes. Não distante, tem outro lugar famoso (e eternizado pelo cinema), o Moulin Rouge, numa avenida divertida, cheia de lugares interessantes como o museu do sexo.
Como se não bastasse à quantidade enorme de lugares pra conhecer, a qualidade da comida e o charme da cidade, com seus cafés aconchegantes que praticamente nos obrigam a passar uma tarde curtindo e batendo papo, Paris ainda tem uma estrutura invejável, com um metrô incrivelmente eficiente, que nos leva em todos os lugares sem exigir grande esforço. Ah, e ainda tem o crepe, aquela delícia irresistível vendida nas ruas da cidade. E a baguete, e o pãozinho com manteiga, e o croissant, e… Deixa pra lá, melhor parar porque já estou com fome.
Gosta de vinhos? Nem preciso dizer que aqui estão muitos dos melhores vinhos do mundo, e mesmo quem quer economizar se dá bem, pois os “vinhos da casa” oferecidos nos restaurantes são bons e nos mercados podemos comprar ótimos vinhos com preços bem acessíveis. O mesmo raciocínio se aplica aos queijos, variados e excelentes, e também encontrados com facilidade pelas ruas da cidade. Com um bom vinho e queijos deliciosos, é só esticar sua toalha no Campo de Marte e apreciar a paisagem ao lado da (s) pessoa (s) que você gosta. Tem algo melhor?
E se você gosta de ficar sem fazer nada apenas curtindo o tempo passar, eis uma cidade mais que convidativa com lugares como a margem do rio Sena e o citado campo de Marte, entre tantos outros. Finalmente, nem vou citar Versailles, que merece um post a parte, tamanho o deslumbre que provoca em quem decide conhecê-la.
Infelizmente, estou terminando. Já li, reli e desisto. Jamais conseguirei expressar em palavras o que é conhecer Paris. A verdade é que somente quem esteve lá sabe do que estou falando. A cidade luz realmente nos encanta profundamente. Não é perfeita, claro, nenhuma é. Mas merece a fama que tem. É um lugar diferente, que merece ser descoberto lentamente. E quanto mais o tempo passa, mais tenho saudade da capital francesa.
Só tem uma solução para curar este sentimento nostálgico: Quanto está à passagem para Paris?
Em breve, se Deus quiser!
Texto publicado em 05 de Agosto de 2011 por Roberto Siqueira
Bé,
Bom ver essas fotos, hehe!
Amo vocês, lindinhos!
beeijo!
Ká!
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Valeu Ká!
Adoramos o comentário.
Beijo.
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Beto:
Que privilégio ter passado sua lua de mel em Paris.
Adorei o teu artigo em defesa uma das cidades mais românticas e belas do mundo.
Eu também a conheci em minha juventude e guardo dela as melhores lembranças. Oxalá, eu possa um dia voltar para revê-la.
Um abraço.
Helena
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Olá Helena,
Fico feliz que gostou. Eu realmente gosto muito de Paris.
Seus comentários fazem falta por aqui, apareça mais vezes.
Abraço.
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