DE VOLTA PARA O FUTURO 2 (1989)

(Back To The Future Part II)

 

Videoteca do Beto #61

Dirigido por Robert Zemeckis.

Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Thomas F. Wilson, Elisabeth Shue, James Tolkan, Jeffrey Weissman, Charles Fleischer, Darlene Vogel, Jason Scott Lee, Elijah Wood, Flea e Billy Zane.

Roteiro: Robert Zemeckis e Bob Gale.

Produção: Neil Canton e Bob Gale.

[Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia esta crítica se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].

Apoiando-se num roteiro incrivelmente engenhoso e criativo e contando com um elenco muito afiado, o diretor Robert Zemeckis brindou os espectadores com uma verdadeira obra-prima quando lançou nos cinemas, em 1985, o primeiro filme da trilogia “De Volta para o Futuro”. Felizmente, este segundo filme da série mantém a qualidade primorosa do primeiro filme e presenteia os cinéfilos com uma continuação que consegue explorar a mesma premissa de forma original e igualmente criativa, renovando a trilogia e evitando que soe como algo repetitivo.

Após conseguir corrigir o passado e alterar o futuro, o cientista Doc Brown (Christopher Lloyd) volta desesperado ao ano de 1985 para levar Marty (Michael J. Fox) e sua namorada (Elisabeth Shue) para o ano de 2015, com o objetivo de evitar uma verdadeira tragédia familiar provocada pelos filhos do casal. Já no futuro, o velho Biff (Thomas F. Wilson) consegue entrar na máquina do tempo e voltar ao ano de 1955, somente para entregar a si mesmo o almanaque dos esportes, com todos os resultados esportivos do período entre 1950 e 2000. Por isso, quando Doc e Marty retornam ao ano de 1985, encontram um mundo completamente diferente, resultado do poder adquirido pelo milionário Biff ao longo dos anos. Desta forma, a única maneira de destruir esta realidade paralela e evitar este futuro sombrio é voltar ao ano de 1955 e impedir que o velho Biff entregue a si mesmo o tal almanaque.

Logo no inicio de “De Volta para o Futuro 2” podemos rever a cena que encerrou o primeiro filme, num dos inúmeros momentos em que o espectador poderá rever uma cena sob outra perspectiva, pois o longa é repleto de rimas narrativas entre os dois filmes (e até mesmo com o terceiro filme), o que é extremamente elegante. Ao chegarmos ao ano de 2015, até podemos questionar o avanço tecnológico apresentado num período tão curto de tempo (de 1989 para 2015 temos apenas 26 anos), mas é inegável que o longa aproveita mais uma vez as inúmeras oportunidades que a situação oferece, como podemos notar na inteligente justificativa para o não envelhecimento do professor, que explica sobre as avançadas clínicas de rejuvenescimento. Inteligente também é a forma como os dois Martys se cruzam embaixo do balcão, o que possibilita a troca entre eles e abre espaço para revivermos a grande cena, agora completamente renovada, em que Marty foge de Biff em cima de um skate. O bom humor também está novamente presente, como notamos quando Doc diz que a justiça ficou muito rápida depois que aboliram os advogados.

O longa de Robert Zemeckis também mantém o excelente nível técnico do filme anterior, com destaque especial para a bela direção de arte de Margie Stone McShirley, que recria a cidade de diferentes formas em cada período, sempre com muita criatividade, como fica evidente na evoluída cidade de 2015 através dos carros, do posto Texaco e da engraçada referência à Tubarão 19 (!) – sucesso de Spielberg, que é amigo de Zemeckis e também produtor executivo do longa. A fotografia colorida em 2015 de Dean Cundey e Jack Priestley dá lugar às tonalidades escuras do ambiente hostil e sombrio nos anos dominados por Biff e volta aos tons pastéis nostálgicos nos anos cinqüenta. Já a montagem ágil de Harry Keramidas e Arthur Schmidt reforça o clima de urgência da missão da dupla, que neste segundo filme é ainda maior que no primeiro, além de colaborar sensivelmente nas seqüências de ação, também mais freqüentes neste segundo longa. Também merece destaque a maquiagem, que permite com que o mesmo ator apareça duas ou três vezes na mesma cena de formas completamente diferentes, além, é claro, dos ótimos efeitos especiais, que trazem grande realismo às cenas. Finalmente, a bela trilha sonora de Alan Silvestri está novamente presente, com músicas joviais e com o imponente tema da série.

A direção de Robert Zemeckis é impecável, mantendo o ritmo ágil e criando um visual magnífico em todas as épocas da narrativa, além de criar seqüências muito interessantes sempre que um personagem encontra seu correspondente em cena, como nos encontros entre os dois “Docs”, “Biffs”, “Jennifers” e “Martys”. Zemeckis também acerta a mão na condução das cenas de ação, como a sensacional perseguição de Biff, com o carro, à Marty, que foge no skate, já próximo do final do filme. Finalmente, o diretor consegue sucesso mais uma vez na direção de atores, permitindo que o elenco apresente outro excelente desempenho. Michael J. Fox está novamente perfeito como Marty McFly. Devido a um acidente com seu carro que o impediu de continuar com a música, Marty se tornou um infeliz funcionário em seu trabalho, enquanto seu filho se tornou um verdadeiro idiota, como ele mesmo admite quando o vê. E o ator aproveita a excelente oportunidade de mostrar talento ao interpretar as diversas etapas da vida do personagem com competência, além de interpretar também seus próprios filhos. Thomas F. Wilson vai muito bem quando interpreta o cruel Biff, sempre ameaçador. Repare como o ator utiliza uma voz rouca que colabora com este poder de intimidação do personagem. E mesmo quando interpreta o velho Biff o ator convence, mostrando que a vida dura que levou após as mudanças no passado não tirou o seu apetite pelo poder. Já quando interpreta o jovem Griff, Wilson exagera e acaba soando caricato, mas nada que comprometa sua atuação. Quem também repete a excelente atuação do primeiro longa é Christopher Lloyd, com todos os trejeitos do maluco doutor Emmett. Seu “Doc” é um personagem extremamente carismático e o ator tem todo o mérito por isso. E finalmente, Elisabeth Shue pouco aparece com sua Jennifer, não permitindo uma atuação além de discreta.

Mas apesar de toda qualidade do elenco e do ótimo trabalho técnico, novamente o grande destaque do longa é o roteiro de Zemeckis e Bob Gale. Ainda mais intrincado que no primeiro filme, o roteiro permite uma viagem através do tempo e faz constantes referências ao primeiro e (melhor ainda) ao terceiro filme, provando a qualidade da engenhosa criação da trilogia por parte dos roteiristas. Não é raro notar menções ao velho oeste, como quando vemos um vídeo sobre o tio de Biff ou quando “Doc” diz que se arrepende de não ter visitado o velho oeste, o que já prepara o terreno para a parte final da trilogia. Zemeckis e Gale também aproveitam praticamente todas as oportunidades que a situação oferece para explorar ao máximo estas idas e vindas no tempo, como quando McFly comemora o fato de morar em determinado bairro que, na realidade, se tornou o mais perigoso da cidade devido às mudanças do passado, como fica evidente nas palavras de um taxista. O roteiro abusa ainda das elegantes rimas narrativas com o primeiro filme, como quando McFly sai com o skate pelas ruas da cidade sendo perseguido por Biff. Mais interessantes ainda são os momentos marcantes do primeiro longa que podemos reviver sob outra perspectiva, como quando Marty toca guitarra enquanto podemos ver o outro Marty andando por cima da estrutura do palco ao fundo.

Por tudo isto, “De Volta para o Futuro 2” pode ser considerado um filme tão qualificado quanto o primeiro da trilogia. Além disso, o longa tem ainda o mérito de preparar o espectador para a parte final da série, como podemos notar quando a Western Union entrega a carta de Doc para Marty com data de 1885. Isto acontece porque em outro momento muito importante, porém sutil, o acidente com o Deloren zera a máquina do tempo e altera a data para 1885, o que também reflete no terceiro filme da série. Desta forma, além de se deliciar com este segundo filme, o espectador praticamente se sente obrigado a assistir o terceiro, o que não deixa de ser inteligente.

Belíssima aventura que nos permite viajar através do tempo, passando pelos anos de 2015, 1985, 1955 e finalizando em 1855, “De Volta para o Futuro 2” é extremamente criativo e cativante, permitindo ao espectador notar claramente as diferenças entre cada época, tanto no aspecto cultural quanto no aspecto visual, além de proporcionar um delicioso exercício de imaginação por parte de cada espectador. É maravilhoso viajar com Marty e Doc através do tempo e por isso, mal podemos esperar pelo terceiro filme da série. Ainda bem que hoje em dia, com a trilogia disponível em DVD, não precisamos de um Deloren para avançar no tempo, como os espectadores certamente desejaram fazer quando o segundo filme foi lançado nos cinemas.

Texto publicado em 11 de Agosto de 2010 por Roberto Siqueira

HOOLIGANS (2005)

(Green Street Hooligans)

3 Estrelas 

Filmes em Geral #97

Filmes Comentados #6 (Comentários transformados em crítica em 21 de Dezembro de 2012)

Dirigido por Lexi Alexander.

Elenco: Elijah Wood, Claire Forlani, Charlie Hunnam, David Alexander, Leo Gregory, Marc Warren, Joel Beckett, Geoff Bell, Kieran Bew, David Carr, Brendan Charleson, Jacob Gaffney, Henry Goodman, Christopher Hehir, Terence Jay e Ross McCall.

Roteiro: Dougie Brimson, Lexi Alexander e Josh Shelov.

Produção: Deborah Del Prete, Gigi Pritzker e Donald Zuckerman.

Hooligans[Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia esta crítica se já tiver assistido o filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].

Um tema muito interessante é discutido de forma duvidosa neste “Hooligans”, filme em que o diretor Lexi Alexander perde uma boa oportunidade de explorar melhor o universo das torcidas organizadas. Apesar de tentar ilustrar a visão peculiar destes integrantes de torcidas, Alexander parece evitar tratar o tema com a seriedade que ele merece, buscando justificativas para cada ato e, desta forma, esvaziando bastante a discussão que o longa poderia suscitar. É uma pena, ainda mais se considerarmos a escassez de filmes a respeito.

Escrito pelo próprio Alexander ao lado de Dougie Brimson e Josh Shelov, “Hooligans” tem inicio quando Matt Buckner (Elijah Wood) decide visitar a irmã Shannon (Claire Forlani) em Londres após ser expulso injustamente da Universidade de Harvard. Assim que chega à capital inglesa, ele faz amizade com o cunhado Pete (Charlie Hunnam), que lhe apresenta aos integrantes de uma temida torcida local. Em pouco tempo, Matt passa a conhecer melhor e se envolver neste universo marcado pela violência.

Apesar da premissa interessante, o roteiro de “Hooligans” escorrega em tantos aspectos que fica até difícil citar todos eles. Indo desde diálogos fraquíssimos como aquele em que Pete e Matt debatem sobre as diferenças entre seus países, passando pela ridícula brincadeira com o Sr. Miyagi (como o jovem Matt poderia inspirar um filme de 1984 é algo que nunca compreenderei) e chegando ao diálogo expositivo entre Matt e Shannon que só serve para nos mostrar os conflitos da família e a razão da garota morar em Londres, o roteiro é um verdadeiro festival de problemas. Observe, por exemplo, como o diário de Matt é citado somente após uma hora de projeção e praticamente na cena seguinte já tem uma função importante na narrativa, revelando uma falta de cuidado preocupante dos roteiristas. Pra finalizar, é difícil entender como Shannon, mesmo casada e já com um filho, nunca contou para o marido que o irmão estudava jornalismo em Harvard. Por mais que estivessem distantes, ter um irmão estudando em Harvard é algo que qualquer pessoa se orgulharia de contar, portanto, fica evidente que esta “revelação” surge apenas para justificar o conflito antecipado entre as torcidas rivais num bar.

Bares (ou pubs) que surgem logo no início, quando Alexander tenta criar empatia entre o grupo e o espectador ao mostrá-los reunidos, tomando cerveja e cantando as músicas da torcida – só que a lembrança da primeira cena de “Hooligans” nos recorda que eles não são tão amáveis assim. Mas se acerta ao aproximar o grupo da plateia, Alexander erra justamente nas cenas que deveriam ser a força central da narrativa. Com sua câmera trêmula, cortes rápidos e a trilha sonora acelerada de Christopher Franke, o diretor deixa claro desde a primeira briga que não tem grande controle da misé-en-scene. Já o segundo confronto, apesar de também ser agitado, é melhor que o primeiro, com cenas mais realistas e menos picotadas. Entretanto, ao utilizar menos quadros por segundo para acelerar a imagem, Alexander torna a briga tão confusa que chega a provocar náuseas na plateia. Ao menos a briga em Manchester é bastante realista quanto às agressões e os ferimentos, apesar de ser implausível (como um pequeno grupo venceria 40 homens daquela forma?). Por outro lado, a sequência da invasão do bar no esperado confronto entre os torcedores do West Ham e do Millwall é bastante tensa e bem conduzida pelo diretor.

Reunidos tomando cerveja e cantando as músicas da torcidaBriga em ManchesterInvasão do barMas Alexander não erra sozinho. A montagem de Paul Trejo também falha bastante ao cortar muitas cenas de forma abrupta, não deixando o espectador curtir o momento, como ocorre, por exemplo, quando os garotos freiam um trem e, repentinamente, já estamos acompanhando o grupo descendo as escadas correndo. Por outro lado, a montagem se destaca no sorteio dos grupos da FA Cup, onde podemos acompanhar todos em seus respectivos postos de trabalho ansiosos e a explosão de alegria com o resultado, que dá a exata noção da importância do confronto. Vale destacar ainda a fotografia azulada de Alexander Buono, que ilustra a frieza daqueles personagens, assim como as ruas sujas evocam uma Londres coerente com o submundo dos hooligans, o que é mérito do design de produção de Rosanna Weswood – repare também a sigla da torcida GSE (Green Street Elite) pichada na parede do banheiro do bar, num capricho que confirma o bom trabalho dela.

Se não conseguem compensar as falhas do roteiro, as atuações também não comprometem em nada a narrativa. Inicialmente inexpressivo como o personagem deve ser, Elijah Wood se transforma ao longo de “Hooligans” e consegue transmitir o envolvimento de Matt com aquele mundo de maneira convincente. Assim, se no principio ele sequer tem forças para lutar contra o colega influente que o incrimina em Harvard, com o passar do tempo Matt passa a reagir diante das provocações de Bovver e até mesmo demonstra o ressentimento diante do pai ausente, numa conversa direta que termina com Carl Buckner (Henry Goodman) desistindo de falar algo para o filho, se limitando a abraçá-lo por saber que de nada adiantaria tentar mudar seu pensamento agora. Vale citar ainda dois bons momentos de Wood. O primeiro quando Shannon diz que ele está fazendo o correto ao decidir voltar para os EUA, mas seu olhar fixo para a janela demonstra que seu pensamento está em outro lugar; e o segundo no ótimo diálogo com o Major (Marc Warren) dentro do bar, que apresenta um pouco do valor moral e ético que tanto falta ao restante da narrativa.

Chorando praticamente o tempo inteiro, a Shannon de Claire Forlani tem raros momentos de destaque, como quando se revolta com o cunhado após o ataque ao seu marido ou quando cerra a sobrancelha sutilmente ao ouvir Matt explicar sua expulsão de Harvard, como se estivesse duvidando da versão do irmão. Por sua vez, Geoff Bell demonstra a agressividade de Tommy Hatcher desde sua excelente introdução num restaurante, na qual a mulher que acompanha o rapaz agredido comete o grave erro de incitá-lo a responder às provocações dele. Mas nem mesmo isto impediu que Bovver traísse seu grupo e, o que é pior, por motivos nada convincentes, já que seu ciúme diante da amizade entre Pete e Matt e sua desconfiança do americano não justificam esta atitude extrema. Leo Gregory, aliás, tem um bom desempenho como Bovver, com seus poucos sorrisos, olhar desconfiado e postura defensiva típica de quem carrega uma fúria interior, que tornam o personagem crível apesar do fraco roteiro.

No entanto, quem rouba a cena mesmo é Charlie Hunnam na pele do despojado Pete Dunham. Falastrão e destemido, ele intimida ao mesmo tempo em que chama a atenção desde sua primeira aparição na casa de seu irmão, quando chega com as mãos no bolso e já abrindo a geladeira, evidenciando seu estilo de vida despreocupado. Violento ao extremo, ele também encontra espaço para a gentileza ao ceder o lugar para uma mulher no metrô, demonstrando um curioso código de ética que remete aos mafiosos, reforçado pelo diálogo em que afirma gostar de brigar, mas não de sair atirando na rua e matando meninas de oito anos como fazem as gangues norte-americanas. Mas nem mesmo frases como “não se chuta alguém que está caído, independente do que ele tenha feito” servem para amenizar as péssimas ações de sua torcida, é bom deixar claro.

Sorteio dos grupos da FA CupPensamento está em outro lugarArrependido Bovver desabaUm dos grandes momentos da atuação da dupla Hunnam e Gregory acontece dentro do hospital, na realista discussão em que Pete demonstra sua ira, enquanto um arrependido Bovver desaba, seguida pela reação descontrolada de Shannon, que agride o cunhado enquanto este sequer esboça reação, por saber que ela tinha todos os motivos do mundo para ter raiva dele. Motivos que faltam para justificar a ida de Shannon ao local do confronto final. Apesar de amar o irmão, dificilmente alguém arriscaria a vida de seu filho daquela forma entrando numa briga de torcidas organizadas.

Escorregando principalmente na questão ética ao justificar atos de vandalismo através de questões pessoais, “Hooligans” parece tentar maquiar a triste realidade: essas torcidas não precisam de motivos para fazer o que fazem. Se terminasse na ida dos irmãos para o Aeroporto após a morte de Pete, o filme até poderia provocar uma interessante reflexão sobre este universo violento, mas infelizmente a desnecessária vingança de Matt contra Van Holden (Terence Jay) e o plano final com ele cantando pelas ruas parecem exaltar a experiência que ele viveu no hooliganismo, o que é muito ruim. Seria mais interessante e daria uma densidade maior ao que vimos se ele refletisse sobre tudo que perdeu somente por que um grupo de pessoas quer brigar com outro grupo. E o que é pior, por causa de um time de futebol.

PS: Comentários divulgados em 05 de Outubro de 2009 e transformados em crítica em 21 de Dezembro de 2012.

Hooligans foto 2Texto atualizado em 21 de Dezembro de 2012 por Roberto Siqueira